Nadar é obrigatório na Suécia!

Estou vendo que vai ser difícil eu contar sobre minha viagem... porque a cada dia algo novo e interessante surge... Hoje foi o seguinte: fiquei sabendo que no currículo escolar de toda a Suécia constam aulas de natação. Não apenas porque é um ótimo esporte, ou porque está na moda ter aulas de natação... Mas porque a Suécia toda tem muita água... A capital Estocolmo, por exemplo, se espalha sobre 14 ilhas... Os riscos de acidentes na água são grandes, então todos DEVEM saber nadar! 

Eu, particularmente, fico encantada com esse sistema, em que tudo é pensado, planejado... E aplicado à educação! Não seria ótimo se todas as pessoas, também no Brasil soubessem nadar? Também temos muita água... uma costa litorânea imensa... 

Aqui, no quinto ano escolar, quando as crianças têm cerca de 10 anos de idade, elas passam por uma avaliação, na qual têm que nadar por 200 metros!

Você consegue nadar 200 metros?

(pra quem conhece a piscina do CRB de Conchas: 4 vezes, ida e volta)

A Suécia do meio ambiente

Algumas horas atrás a companhia elétrica nos telefonou perguntando se gostaríamos que a nossa eletricidade viesse de energia eólica! Isso nos custa 5 coroas suecas a mais por mês (R$ 1,20) e em retorno temos uma energia limpa, verde... 

Adorei!



Depois disso, na rua, notei que um semáforo tinha acabado de ficar vermelho, mas quando um carro se aproximou, ele tornou-se verde antes de o tempo do sinal vermelho ter-se completado. Achei estranho e, curiosa que sou, investiguei! Pois bem. Trata-se de mais um moderno sistema sueco de preservação do meio ambiente! Se não há necessidade de parar no sinal para dar passagem a outros carros, o sinal se abre, e você pode passar. Assim não se queima combustível e polui o ambiente!

Demais, né?


CORRE, CORRE, CORRE!

Ai, que correria! Por isso é que não escrevi nos últimos dias! Mas estou cheia de novidades para compartilhar, e não vejo a hora de redigi-las decentemente e publicá-las aqui! Mas só pra dar uma ideia: fui para o melhor lugar DO MUNDO em que se poderia estar durante a Páscoa: a Bélgica! Mas acabei esquecendo de comer chocolates, pode? (mas de tomar cerveja eu não me esqueci... rsrsrs) E de lá fiz uma road-trip de  1700 Km em três dias, parando em Amsterdam, na Holanda (adoro!) e Copenhagen, na Dinamarca (adorei!). Mal cheguei de volta em Estocolmo, descobri que eu tinha uma prova no curso que estou fazendo de sueco. Pois é... nem deu tempo de eu contar que estou fazendo o curso e já vem o teste!!! Depois do teste, que foi hoje de manhã, ainda tive que recitar um poema em sueco (ai, que mico!!!) e cantar, junto com outras duas brasileiras,  "Garota de Ipanema" para o resto da escola! ai ai ai... 

Agora ainda tenho um montão de coisas para fazer!!! Mas em tempo eu posto tudo certinho! Tenho fotos lindas das vitrines de Bruges, cheias de chocolate em diferentes formatos... Vou contar dos canais de Amsterdam, do bairro da luz vermelha e dos coffe shops... Do passeio MA-RA-VI-LHO-SO de bike pelas ruas - de Brugge, Amsterdam e Copenhagen. Não se esqueçam que eu sou casada com um belga, e como eu contei em outro post, os belgas são fanáticos por bikes! Tanto que tivemos que entupir o carro com 3 delas - acredite se puder!! - de Bruges a Estocolmo!!! Também vou contar do barco que nos leva da Alemanha à Dinamarca e da ponte que nos leva da Dinamarca à Suécia! Do passeio no bairro turístico de Christiania, em Copenhagen, onde é possível comprar maconha do mesmo jeito que se compram chocolates! Ontem eu vi na tv (EBA! Após 3 meses tenho uma tv!!!) que o governo de Copenhagen "fechou" o bairro ontem, dois dias depois de eu tê-lo visitado! Muita sorte eu tê-lo visto antes do fechamento!!

Enfim, é isso! Agora deixa eu correr que ainda tem muita bagunça para arrumar!!!

Até breve!



Os carrinhos de supermercado estão a solta!!!





























Quando eu morava na Austrália eu via sempre algo muito curioso acontecer... Virava e mexia tinha uma carreta pela rua carregada de carrinhos de supermercado, como na foto! Bem, você já pode imaginar o motivo, né? Ou será que não...?

É que lá você usa o carrinho não só para fazer as compras, mas também para levá-las até sua casa! Depois é só deixar ali, na calçada... que a carretinha vem buscá-lo!

No Brasil não temos este serviço, mas por outro lado temos a “mordomia” de ter as compras entregues em casa!! Aqui onde moro, por exemplo (Estocolmo, Suécia), as compras só são entregues caso a compra seja feita via internet... caso contrário, nada feito!

E na cidade de São Paulo? Um lugar tão grande... imagino que lá também não seja possível ter as compras entregues... Como funciona?

Carrinhos na calçada, a espera da carreta que os leve de volta ao supermercado

Benditos Alicatinhos...

Informação de ENOOOOOOOOOORME UTILIDADE para as mulheres: 

na Europa não se tira a cutícula!*

Pois então, se você vai morar por aqui, traga um bom número de alicatinhos afiados, que durem o período todo que você vai passar aqui! Você não vai achar afiadores ou alicates afiados para comprar. Muito menos uma boa manicure. Se tiver a sorte de achar uma que seja brasileira, não a perca de vista! As manicures europeias são uma vergonha! Tive o desprazer de constatar este fato no dia anterior ao meu casamento. Qualquer dia conto essa  fatídica história... Mas, a saber, traga seus alicatinhos ou, como eu, peça para sua amiga que está indo de férias para o Brasil para afiar o seu!

(Valeu, amiga! ;)

*eu não sei a respeito dos países que se parecem mais com o nosso, como Itália, Espanha, Portugal... Mas aqui, no norte da Europa... esqueça, baby!

Comprando um apartamento em 5 dias!

Então você decidiu que não vai mais pagar aluguel e vai comprar o seu cantinho! Legal! Começa então a maratona de procurar imobiliárias, marcar visitas a apartamentos em horários impróprios, e, depois de escolhido o imóvel, pechinchar, barganhar, negociar a forma de pagamento. Certo?

Errado!

Pelo menos se o imóvel procurado é na Suécia... 

Aqui funciona assim: Durante a semana você visita o website www.hemnet.se , em que todas as imobiliárias anunciam casas e apartamentos. Você vai selecionar, pelas fotos, descrição e localização no mapa, aqueles que te interessam, e anotar a hora de visitação, que vai ser sempre num domingo e/ou segunda-feira. Pois é, aqui é muito diferente. O imóvel fica aberto por um período de 30 ou no máximo 45 minutos num determinado dia, quando todos os interessados o visitam. E nesses 30 ou 45 minutos você deve decidir se quer ou não morar naquele lugar!

Na visitação, o imóvel está todo limpo e decorado, trabalho que a própria imobiliária fez, escolhendo a dedo os móveis, as flores, as cores das almofadas... Velas perfumadas são acesas, a lareira tem fogo, há frutas na fruteira. Pra você se sentir em casa...

Flores, aromas... tudo muito limpo e organizado, para você se sentir em casa!

Cada visitante deixa seus dados de contato e recebe uma brochura de cerca de 10 páginas com todas as informações e fotos do imóvel. Um trabalho de marketing pra lá de bemfeito! Contém um histórico do prédio, as melhorias que foram feitas ano a ano (e olhe que os prédios daqui datam de mil oitocentos e tanto...). Enfim, tudo! Traz também informações sobre as áreas comuns do prédio, como a lavanderia, se tem sauna, sala de ginástica ou apartamentos de visita! - alguns prédios mantêm um apartamento vazio para que você hospede suas visitas! 

Na segunda ou terça-feira a agente contata todas as pessoas que visitaram o imóvel, e pergunta se eles querem dar um lance. É, você leu direito! Lance!  

Você dá o seu lance por telefone e durante todo o dia recebe, por SMS, informações sobre o andamento do leilão... qual o preço que o imóvel está alcançado e quem está dando o lance - os interessados são codificados em números! Doido, né? Espere, que tem mais... 

Essa história de SMS e lance dura até quarta-feira, dia em que o leilão é fechado e o contrato, assinado!!!!

Recapitulando: 
Sábado - vê fotos do apartamento na internet
Domingo - visita-o por 30 minutos 
Segunda e terça - dá lances por SMS
Quarta - assina o contrato! 


Na quinta já pode se mudar!



Pode uma coisa dessas??

Sobre como, na Austrália, eu conheci o Líbano

Pra ser sincera eu nem sei se o que vou escrever agora cabe na proposta do blog. Mas é que tem vezes que sinto que tem tanta coisa dentro de mim que eu preciso escrever um pouco sobre elas, pra tentar entendê-las ou dar-lhes significado.
Ou até pra senti-las numa outra intensidade...
E pra compartilhar com aqueles que gostam de ler...

Acontece que como muitos - senão todos - brasileiros, eu tenho o sangue “misturado”. E parte dele é libanês. E a história deste sangue e desta família eram para mim como, digamos assim, a mitologia grega: linda, meio irreal e muito, mas muito, muito distante. Mas por um golpe do destino, ou de Deus (e mesmo sem eu seguir ou simpatizar com qualquer religião, digo que Deus interferiu nesta história), minha viagem para a Austrália, que antes mais era pra ser uma viagem de solidão e introspecção do que de reencontro e amor, me colocou em contato com um passado que eu achava já ter morrido.

Conheci pessoas que conheceram minha bisavó.
Ouvi da boca de um primo distante histórias de quando ele se sentava no colo do meu tataravô para ouvir contos sobre a bravura dos homens diante de animais selvagens.
Ouvi histórias sobre a terra que minha bisavó tanto amava e sentia falta.
Ouvi a língua que eu desconhecia, e que naquele momento e ainda hoje, me envolve num manto de magia...
É um mantra...


Karm-el-Mohr, "our village" no Líbano

Era como se eu tivesse viajado ao passado.
Era como se eu tivesse ido para um outro plano.
Era como se eu tivesse ligado a terra dos meus antepassados, tão cheias de histórias não compreendidas de ouro, cabras, baleias e muçulmanos malvados que raptam menininhos, ao meu coração.
E então eu compreendi muito mais a Vida.
A história.
O valor da família...
E entendi que tudo isso se resume a Amor...

Navio Colombo, que trouxe minha bisavó
Eu descobri sobre a vida das irmãs da minha bisavó.
Sobre como elas sentiam saudades da irmã mais velha que partira, tão jovem, com um filho nos braços, num navio para o distante "Brosil".

Para nunca mais voltar...


Soube detalhes de suas vidas, seu dia-a-dia, suas famílias.
Soube como viveram.
E como morreram.

Descobri que uma das irmãs continua viva, e mora numa vilazinha do norte do Líbano.
Descobri também que não posso lhe enviar cartas e fotos, pois lá os correios não chegam.
Mas descobri que ela tem telefone.


Minha bisavó Mariam Boutros e seu filho mais velho, tio Jorge Khallil Stpehen, em ocasião de sua partida do Líbano com destino ao Brasil. (1928)

E quando eu ouvi sua voz pela primeira vez, foi como se, por um milésimo de segundo, eu fosse um foguete voando pelos céus escuros. Para mim foi como se eu pairasse no tempo e no espaço.
Não sentia meu corpo.
Não enxergava nada em frente a meus olhos.
Apenas aquela voz, me dizendo palavras numa língua que não entendo... me proporcionaram a mais forte de todas as emoções de minha vida.
E eu chorei como uma criança.

E é por isso que de vez em quando, como agora a pouco, eu pego o telefone e ligo para lá.
Ela atende o telefone e eu só digo: “Briscila, Brosil”.
E ela diz: "Habib!"

Eu sei que não conseguimos compreender uma a outra.
Ela fala e eu só fico ouvindo, me enchendo de paz e alegria.
Às vezes parece que até entendo o que ela diz... que me ama, que quer me ver antes de morrer, me pergunta da família...


E eu não entendo nada...

E eu não consigo dizer nada...

Só quero mesmo ouvir sua voz e sentir sua emoção.
Apenas essa voz, enrolada e tão linda, me basta.
Aí, quando eu sinto que vou explodir, digo: “Yalla, bye”..

...e choro...

...de emoção e alegria...



 
PS: e o post sobre os apartamentos fica adiado mais uma vez...



O amor da Bélgica pela bicicleta

Largada do Tour de Flandres na bela Bruges, Bélgica
Bem, na sexta-feira eu disse que meu próximo post seria sobre o processo de compra e venda de apartamentos em Estocolmo, mas, queridos leitores, vou ter que adiar este tema! E por um motivo muito importante – pelo menos para a saúde do meu casamento! Se eu não postar sobre o RONDE VAN VLAANDEREN, a corrida de bicicleta mais importante da Bélgica, meu marido, belga e fã fervoroso de bikes, vai pedir o divórcio!

Acreditem vocês ou não: o lance das bikes está para a Bélgica assim como o futebol está para o Brasil! Lá, antes mesmo de o bebê começar a engatinhar, ganha dos pais uma bicicletinha. Faça chuva, faça sol. Pode até nevar. Você sempre vai ver pessoas pedalando na Bélgica! As cidades – e falo especialmente de Bruges – são cortadas por ciclovias. Há sinais de tráfego, mão e contramão para os ciclistas, que são de todas as idades! A polícia pára (claro que já fui parada, pedalando na calçada) e multa quem não estiver respeitando as regras (fingi que não entendia o que ele falava, nem em holandês, nem em inglês... eu disse em português “Brasil, Brasil”, ele pensou que eu era turista e me liberou! UFA!!!).

E ontem, domingo (03/4/11), aconteceu um dos eventos mais importantes para a Bélgica e para todas as pessoas que são ligadas em bikes: o Tour de Flandres, ou, na língua original da região, o RONDE VAN VLAANDEREN. Segundo os jornais belgas, a corrida foi assistida por mais de 40 milhões de espectadores! E curiosamente, enquanto o evento estampa as primeiras páginas dos jornais belgas, as referências em português que encontrei na net foram pouquíssimas!

É tão interessante ver este evento na Bélgica!! Pra eles é um dia pra lá de especial! Para comparar, o clima é como em jogo do Brasil pela Copa do Mundo! Em Bruges, o ponto inicial da corrida, todo mundo foi para o Grote Markt – praça central – para ver a largada! E em todo o país amigos se encontraram para almoços, cervejinhas (belgas, claro!) ou cafés para assistir ao evento pela TV. Os bares e cafés instalam telões para a transmissão ao vivo. Os belgas que moram nos arredores do circuito foram até a beira da pista para acenar para os ciclistas, gritar seus nomes e incentivá-los nesta dura batalha! E daqui de Estocolmo, o meu belga favorito acordou feliz e não desgrudou os olhos da tela do computador, por onde acompanhou, pela internet, cada pedalada dos esportistas.


Belguinhas com a bandeira de Flandres




Programa típico em dias de Tour de Flandres: levar no trailer a família e os amigos para a beira da pista


Prefeitura de uma cidade belga especialmente decorada para o evento


Câmeras a postos: transmissão ao vivo pela TV, internet e rádio


Todo mundo vai às ruas

Lá na Bélgica, a bicicleta é tanto esporte quanto meio de transporte! Os acessórios para as magrelas são inúmeros, um mais curioso que o outro! Os pais levam de bike seus filhinhos à escola; os maiorzinhos pedalam suas próprias bikes, mas não sozinhos: sob a supervisão se um funcionário da escola, elas pedalam em grupos, que passam na casa das crianças. E todos vestem coletes fosforescentes! Senhorinhas levam suas compras nas bolsas de sua bikes... Senhorzinhos fazem parte de clubes de ciclistas (tipo motoclubes, saca?) que aos finais-de-semana saem para suas pedaladas rotineiras, todos juntos, em uniformes... Um barato!



Mãe belga levando os filhos à escola nas charmosas "BAKFIETS"

Crianças indo à escola de bike, com seus coletes fosforescentes


Cinto de segurança também na bicicleta!

Mãe brasileira equilibrando seus filhos na bicicleta... Sem cadeirinhas, sem cinto de segurança, sem coletes chamativos!
Enquanto isso, no Brasil parece haver duas categorias de ciclistas: a primeira, de pessoas ligadas ao esporte, que gastam grandes quantidades de dinheiro na compra de equipamentos, roupas, ferramentas... e a segunda, de pessoas que necessitam de um meio de transporte mas que não podem contar com o transporte público e não têm condições de comprar um carro ou uma moto. Aí então vemos pais levando seus 3 ou 4 filhos a escola, sem a mínima segurança, todos pendurados na garupa, no cano ou no guidão, desviando dos carros, que acreditam ser os únicos que têm o direito de usar a rua...



E fica minha crítica... Vou citar o exemplo da minha cidade natal, Conchas, mas a ilustração cabe a muitas outras cidades... Das duas categorias de ciclistas citadas acima, a segunda é, senão a única, a mais comum na cidade de Conchas. A avenida que liga a área residencial à fábrica que atualmente mais emprega na cidade é trajeto de caminhões, carros, pedestres e muitas, muitas, muitas, bicicletas. Como em quase todos os lugares, a prioridade é para os automóveis, e os cilcistas e pedestres sofrem para encontrar um espaço. Acontece que um dos lados da avenida é inteiramente margeado pelo seminário de padres. Muitos e muitos metros! Agora pense se recuássemos poucos metros nesta propriedade, e investíssemos numa linda ciclovia, margeada por flores! Ah, que sonho! Fica minha sugestão às autoridades conchenses!

Ah, e sobre o Tour de Flandres, só para constar, o vencedor foi o belga Nick Nuyens, que desbancou os favoritos Fabian Cancellara, suíço vencedor do tour 2010, e seu conterrâneo Tom Boonen, que venceu o tour em 2005 e 2006.


O vencedor do Tour de Flandres 2011: Nick Nuyens

O próximo post será sobre os apartamentos em Estocolmo, prometo! 4 dias e pronto, você passa de sem-teto para proprietário! Não perca! Até breve!



POR QUE OS VELHINHOS SUECOS SÃO MAIS ANTENADOS QUE OS NOSSOS?

Como combinado, cá estou, para contar a vocês porque os nossos velhinhos ouvem rádio a pilha e os velhinhos suecos carregam consigo Ipods da última geração.

Acontece que a Suécia, diferentemente do Brasil, sempre investiu muito em pesquisa. É um dos mais comprometidos investidores em Pesquisa do mundo, e o número 1 da Europa, injetando quase 4% de seu PIB neste campo*. Assim, as universidades e as empresas tiveram sua inteligência e criatividade incentivadas, o que resultou, por exemplo, na invenção do MOUSE DE COMPUTADOR, do BLUETOOTH para internet móvel, do MARCAPASSO, da embalagem TETRA PAK, da MÁQUINA DE DIÁLISE e de alguns aplicativos de internet como por exemplo o serviço de música SPOTIFY e também um dos meus melhores amigos, o SKYPE, que já teve picos de até 23 milhões de usuários simultâneos!!

Cerimônia do Prêmio Nobel, que nenhum brasileiro recebeu
Aí você diz: “tudo bem, mas estas são invenções recentes, como é que os velhinhos são tão antenados?”. Acontece que os exemplos citados são apenas o topo de um prédio que vem sendo construído ao longo da história do país – uma história de excelência em academia e pesquisa. A Suécia é o berço do PRÊMIO NOBEL, lembram? Além disso tem 3 universidades entre as 100 melhores do mundo (o Brasil não tem nenhuma) e 11 entre as top 500 (o Brasil tem 6 entre as posições 101 e 500), segundo a edição de 2010 do Ranking Mundial de Universidades, compilados pela Shanghai Jiao Tong University (http://www.arwu.org/, em inglês). Isso não é algo que se constrói de um dia para outro, certo? Pois então vemos que o investimento em educação e pesquisa é alto, e é por isso que se você fala inglês, vai poder se comunicar com absolutamente TODOS OS SUECOS, independentemente da idade, sexo, classe social ou profissão. Sério! Desde, espantosamente, uma criança de 7 anos até, igualmente espantoso, um senhor de 87!

Com todo este incentivo, esta energia tecnológica vibra pelo país, e faz com que as inovações não fiquem no âmbito abstrato e inalcançável de academias ou invenções malucas e/ou inúteis. Pelo contrário, a tecnologia é aplicada às tarefas do dia-a-dia, tais como numa máquina de lavar ou secar, numa chave para adentrar o seu prédio residencial, no ônibus, que te diz a estação mais próxima, ou na biblioteca pública, onde, para emprestar materiais, colocam-se o cartão pessoal e os livros numa máquina, que, por algum meio digital, lê as informações e entrega o recibo ao usuário. Assim, simples! E o mais legal é que todos estes exemplos citados estão disponíveis e acessíveis a TODOS, e não aos "alguns" que são mais ligados em tecnologia. Sacou a diferença?

Sabendo disso, fica fácil entender por quê foi exatamente aqui que empresas como Ericsson, Volvo, Scania, Eletrolux, Atlas Copco, SKF e Svandvik nasceram. As profundas raízes de um ambiente criativo também fazem da Suécia uma nação forte no ramo fashion e do design, com marcas gigantestas tais como IKEA e H&M, esta de roupas, fortíssima em toda a Europa e que, apesar de ainda não ter ido para o Brasil, tem Gisele Bündchen na campanha Spring 2011.

Pois é, queridos leitores... EDUCAÇÃO é o que move um país. Mas ela deve ser planejada e ter qualidade, diferentemente do que vemos acontecer no Brasil, onde universidades são apenas máquinas de fazer dinheiro para alguns poucos e passaporte para o profissionalismo medíocre para muitos outros.

*O Brasil investiu 4,7% de seu PIB em educação. Mas todos nós sabemos de que forma este investimento foi feito, né?

E eu vou ficando por aqui... Hoje é sexta-feira e durante o fim-de-semana eu não vou postar. Aproveitem o tempo livre para ler os posts anteriores, lembrando que há textos sobre Nova Zelândia, Bruges, Gante, Estocolmo e sobre os preparativos de uma viagem na sessão "Antes de Viajar". Aproveite também o final-de-semana para contar a seus amigos sobre o blog, virar um seguidor e deixar seu comentário. Na segunda-feira eu vou contar como é que se compra e vende um apartamento em Estocolmo. O processo todo dura 4 dias! Quer saber como? Então volte na segunda!

Muito obrigada por me acompanhar e espero que você volte sempre!

Um abraço e um ótimo fim-de-semana! Aqui por Estocolmo a previsão é de tempo lindo de primavera, com um "calor" excepcional de altíssimos 14 graus e céu aberto! Perfeito para uma boa feijoada e caipirinha! :)

Até segunda!